segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Dois em um!!

Mais um dia, hoje parte dele dedicada à tarefa de mãe. Cumprir as “obrigações” de Encarregado de Educação e vamos lá a mais uma reunião.
A chegada coincide com o toque de saída, coloca-se a questão… “será que o pestinha anda por aí?”… e estava mesmo. Lá estava ele alegremente a aproveitar o seu intervalo rodeado das colegas, chego de mansinho e sai um BUUUUUU. Fiquei a pensar “ai que já fiz asneira e o rapaz fica já todo constrangido de me ver aqui e com aqueles tiques todos de “adolescente””. Não nada disso! Aquele BUUUU foi recebido de braços abertos e de um beijo gigante, mais tempo ficasse e tinha toda a turma à minha volta só para ele apresentar “ESTA É A MINHA MÃE” com olhar orgulhoso. O tempo era pouco e lá conheci os colegas. “Abandono” o local mas ainda se ouve “OH não sei quantos, AQUELA é A MINHA MÃE” e ainda um “Ela chama-se XXX”.
Claro que isto deixa qualquer um com sorriso de orelha a orelha, ar pateta e “que andará esta avariada por aqui a sorrir desta maneira”, ao ponto de me perder no caminho que deveria seguir :P.
Reunião terminada, conclusões ficam na sala de reunião mas sem dúvida que ainda se mantêm o enorme sorriso e um grande ORGULHO por este pestinha.

Terminado o ponto um segue-se ao dois.
Saio da escola e no caminho passo pela rua onde morei há 21 anos atrás quando cheguei a esta terra.
Nessa mesma rua existem três centros comerciais, para cortar caminho entro no primeiro que me aparece.
Aqui perco um pouco do sorriso, o que vejo é desolador, lojas e lojas e lojas onde havia vida, cheio de pessoas a circular agora não passam de cubículos envidraçados vazios e sujos. Como é possível? Recordo-me de correr corredores e lojas na época de Natal onde havia imensa gente, luz, enfeites, tudo a rigor, onde ia procurar aquela prenda de ultima hora que havia ficado por comprar e que ali com certeza iria encontrar. Nada não existe nada. Encontrei uma simples papelaria/tabacaria, onde entra uma pessoa ou outra para comprar o seu jornal ou para tentar a sua sorte.
Triste ver este país neste estado, triste ver sítios onde havia vida reduzidos a nada. Triste ver o abandono, a Pobreza em que este país se tornou.
Que teremos mais de esperar e ver?

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